Com cerca de 15 mil habitantes, município está diretamente ligado à comunidade japonesa, que chegou na região atraída pelo solo fértil
Apontada pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a cidade com o maior percentual de pessoas de cor/raça amarela do país — 11,5% se autodeclaram como pertencentes a essa etnia —, Assaí é conhecida por ser um pedaço do Japão no Brasil. Fundada em 1932, o município está diretamente ligado à comunidade japonesa, que chegou na região atraída pelo solo fértil.
Com cerca de 15 mil habitantes, a cidade tornou-se a memória do Japão por conservar hábitos e tradições, como danças e arquiteturas, de acordo com o governo do Paraná. Sua primeira denominação foi Assailand, de origem oriental, que significa Terra do Sol Nascente (AssahiI – sol nascente e Land – terra), posteriormente simplificada para Assaí. Na cidade, ainda hoje é possível ver casas com estilo nipônico e placas escritas em japonês.
Em todo o Brasil, pela primeira vez a população é composta majoritariamente por pessoas pardas. Na comparação com os resultados do Censo 2010, considerando o aumento de 6,5% da população total, destaca-se o crescimento de 42,3% de brasileiros autodeclarados pretos e de 11,9% pardos, enquanto houve um decréscimo de 3,1% da população branca.
O IBGE utiliza o conceito de “raça” como uma categoria socialmente construída na interação social e não como um conceito biológico. Na pesquisa, cada pessoa responde ao IBGE a sua percepção sobre a cor ou raça a que pertence, baseado em critérios como origem familiar, cor da pele, traços físicos, etnia e pertencimento comunitário, entre outros. Além disso, o instituto afirma que essas cinco categorias estabelecidas na investigação (branca, preta, amarela, parda e indígena) também podem ser entendidas pelo informante de forma variável.
No entanto, o manual de entrevista do Censo conceitua cada uma das categorias. A pessoa parda, por exemplo, é definida como aquela "que se declarar parda ou que se identifique com mistura de duas ou mais opções de cor ou raça, incluindo branca, preta, parda e indígena". Já a amarela é definida como "pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana etc".
Turismo rural
Conhecida pelo turismo rural, para atrair turistas, o município criou o Circuito Nipo Brasileiro, que proporciona uma viagem que contempla a cultura japonesa em suas expressões na dança e culinária.
Também oferece visitação aos templos, produção da raiz de lenkon (lótus) — planta muito utilizada na culinária oriental em refogados com legumes e carnes —, produção de motigomê (arroz japonês), brincadeiras com jogos rurais, e filosofia de vida. Um acervo de relíquias vindas do Japão, como roupas, fotos e objetos, também faz parte do circuito.
Eventos e tradições
Entre os eventos realizados na cidade de Assaí para promover a tradição cultural está o festival Bon Odori, Tanabata e a Expoasa. Conheça cada uma delas abaixo:
Fonte: O GLOBO
Eventos e tradições
Entre os eventos realizados na cidade de Assaí para promover a tradição cultural está o festival Bon Odori, Tanabata e a Expoasa. Conheça cada uma delas abaixo:
- Expoasa: Considerada a feira mais antiga do Brasil, a Exposição Agrícola de Assaí é realizada tradicionalmente em junho, desde 1943. O evento apresenta exposição de carros, motos e implementos agrícolas, além de apresentações artísticas japonesas e pratos típicos da culinária oriental.
- Bon Odori: Com origem no Japão, o Bon Odori festival celebra as almas dos antepassados, com danças em grupo, músicas alegres e clima de jovialidade. Em Assaí, o Bon Odori é realizado tradicionalmente duas vezes ao ano: a primeira sempre em maio, no aniversário da cidade, organizada pela Liga das Associações Culturais de Assaí (Laca), e a segunda em julho, pela Igreja Budista Shoshinji.
- Tanabata: A primeira festa de Tanabata no Brasil aconteceu em Assaí, em 1978. Nela, crianças e adultos escrevem seus pedidos em papéis coloridos, prendem nos galhos de bambu e rezam para que seus desejos se realizem. O evento teve origem a partir em uma lenda japonesa segundo a qual um casal – Vega (Orihime) e Altair (Kengyu) –, separado pelo pai da moça, se reencontrava apenas uma vez ao ano. Na mitologia japonesa, os dois são representados por duas estrelas, em lados opostos da galáxia, vistas juntas apenas uma vez por ano: durante o Festival Tanabata.
Fonte: O GLOBO
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