Deputado federal é pré-candidato à prefeitura de São Paulo e Lula, que irá apoiar sua campanha, está à frente das negociações para formação da chapa

Em meio a costuras do PT para ter Marta Suplicy na sua vice, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) fez elogios à ex-prefeita após sua primeira agenda pública com o presidente Lula neste sábado, em São Paulo. Ele ressaltou, porém, que ainda não há uma definição sobre o tema.

—O presidente Lula tem feito as conversas (sobre a vice). Nós temos o compromisso de que o PT fará a indicação da vice, o que é natural, já que o PT sempre teve candidato em São Paulo e apoiará uma candidatura que não é do partido dessa vez. É uma questão de justiça —afirmou Boulos. — Marta Suplicy foi uma grande prefeita de São Paulo, deixou marcas como CEU, bilhete único e corredores de ônibus na periferia. Mas essa definição de vice está sendo conversada ainda, não tem nada definida.

Boulos não respondeu se ficaria incomodado com a indicação da Marta, apenas ressaltou que há um acordo político e que ele será cumprido. Também não disse quando Lula irá se encontrar pessoalmente com a ex-ministra. A indicação da ex-senadora divide opiniões tanto no PT quanto no PSOL. Lideranças de esquerda consideram que Marta traiu o campo quando apoiou o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. A cena da então senadora entregando flores a Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de afastamento definitivo de Dilma, até hoje não saiu da cabeça de alguns apoiadores.

Hoje, o principal entusiasta da volta de Marta para o PT é o próprio presidente Lula. Segundo aliados, a ex-prefeita demonstra empolgação quando fala sobre a possibilidade de disputar novamente a eleição municipal. A própria, porém, também reconhece que a costura é difícil e delicada. Principalmente porque, hoje, Marta tem prestígio e poder na gestão Ricardo Nunes.

Boulos participou ao lado de Lula do lançamento das obras do empreendimento Copa do Povo, que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida e é uma luta antiga do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Em 2014, o movimento ocupou o terreno em protesto aos investimentos do governo federal na Copa do Mundo.

A jornalistas, Boulos disse que pretende estar ao lado de Lula em muitas outras agendas no ano que vem. Ele citou a ampliação do campus da Unifesp em Itaquera e o Instituto Federal em Cidade Tiradentes.


Fonte: O GLOBO