Salto esperado no preço de alimentos não se confirmou, diz economista

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou pela segunda semana seguida, indicando que a inflação de dezembro será menor do que se esperava para período e que no ano a taxa se aproximará ainda mais da meta. Na terceira quadrissemana do mês, fechada no dia 22, o indicador variou 0,18% e acumula alta de 3,44% nos últimos 12 meses. Na semana anterior, o IPC-S tinha ficado em 0,25%.

Segundo o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, a boa notícia é que não houve um salto nos preços dos alimentos como era esperado.

-Os preços dos alimentos subiram, mas de forma bem mais comedida do que esperávamos. A estimativa era de alta de 1%, a alta foi de 0,6%. O El Niño não teve efeito sobre os alimentos em 2023, que devem fechar em queda.

Além disso, Braz chama atenção para a desaceleração do indicador que mede preços relativos a leitura, entretenimento e recreação, cesta onde estão incluídos passagens aéreas e hotelaria, que havia subido 2,15%, na terceira quadrissemana de novembro e agora teve uma variação de 0,67%.

-Esses resultados puxaram a inflação para mais próxima da meta. O IPCA, índice do IBGE, deve fechar em 4,4% este ano. E projetamos que em 3,9% em 2024, quase um ponto percentual acima da meta. No entanto, tudo indica que a inflação do próximo ano deve pesar mais sobre os pobres, confirmados os efeitos do El Niño sobre as safras longas como de milho e soja, que têm impacto inclusive no preço das carnes, pois são usadas para alimentação dos rebanhos - avalia o economista.


Fonte: O GLOBO