Montante está mais de US$ 1 bilhão acima do valor de mercado atual da varejista. Ações da empresa saltaram quase 19% no pré-mercado

Um grupo de investidores se juntou para fazer uma oferta de US$ 5,8 bilhões para comprar a Macy's, maior rede de lojas de departamento nos EUA. A proposta é mais de US$ 1 bilhão acima do valor de mercado atual da varejista, de acordo com uma pessoa familiarizada com a proposta.

Com a notícia, publicada primeiro no site do jornal americano Wall Street Journal, as ações da companhia saltaram quase 19% nesta segunda-feira antes da abertura de mercado .

A empresa de investimentos do setor imobiliário Arkhouse Management e a Brigade Capital Management, uma gestora de ativos, ofereceram US$ 21 por ação da Macy's em 1º de dezembro, de acordo com a fonte.

A oferta representa um prêmio de 32% sobre o preço de fechamento das ações da Macy's na sexta-feira, de US$ 17,39.

As ações da varejista caíram cerca de 20% no último ano, refletindo dificuldades enfrentadas pelas 500 lojas físicas para sobreviver em meio aos rivais do varejo digital.

A dupla de investidores já tem uma participação na Macy's, de acordo com a mesma fonte. Um dos ativos mais valiosos da rede que estariam na mira deles é a sua principal loja na Herald Square, em Nova York, área cobiçada pelo setor imobiliário.

Neil Saunders, diretor-gerente da empresa de consultoria de varejo GlobalData, ressaltou pontos negativos do negócio.

"Um grupo de investidores que venda os imóveis e talvez tome outras medidas, como a separação do negócio de comércio eletrônico, certamente obterá alguns ganhos de curto prazo. Mas, a menos que alguns desses lucros sejam reinvestidos na revitalização do negócio principal de varejo, isso deixaria a Macy's no pior dos mundos", escreveu Saunders em um comunicado.

A oferta pela Macy's chega em meio à temporada de compras de fim de ano, um período crucial que pode afetar enormemente o ano de um varejista.

A loja de departamentos também está se preparando para uma transição de comando. Jeff Gennette, seu CEO desde 2017, anunciou planos de se aposentar em fevereiro. Ele será sucedido por Tony Spring, que atualmente dirige a Bloomingdale's, a cadeia de lojas de luxo do grupo.

Assim como seus pares, a Macy's tem procurado eliminar suas lojas de varejo de baixo desempenho e melhorar sua experiência de compra on-line. Depois de um surto de compras durante a pandemia, seus principais clientes se retraíram este ano, já que a inflação cobrou seu preço. Os custos mais altos dos alimentos e de outras despesas diárias levaram muitos consumidores a reduzir seus gastos com roupas e itens supérfluos.

A Macy's também espera conquistar uma nova geração de clientes mais acostumados a fazer compras on-line do que ir a grandes lojas de departamento. No último trimestre, as vendas líquidas da rede caíram 7%.


Fonte: O GLOBO