Não há no informações, no entanto, sobre punições para autores de ataques

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, teve seu perfil no Twitter invadido por um hacker na noite desta segunda-feira, mas ela não foi a primeira personalidade do universo político a ser alvo deste tipo de ataque. 

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) foram alguns dos políticos que tiveram perfis ou sites invadidos da mesma forma criminosa.

O governador de São Paulo sofreu um ataque em sua conta no Twitter em dezembro de 2022, antes de assumir o posto. Durante o tempo que a conta foi controlada pelo criminosos, foram publicadas mensagens sobe criptomoedas e NFTs (token não fungível na sigla em inglês, uma espécie de colecionável digital de propriedade única). 

Dias antes da invasão, o político tinha sido fotografado sorridente ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o que despertou ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Dados da Netscout, empresa líder global em soluções de cibersegurança, mostra que o país é o principal alvo de ciberataques na América Latina há quase uma década. Relatório intitulado "Global DDoS Threat Intelligence" aponta que o Brasil sofreu um aumento de 19% no número de tentativas de ataques cibernéticos no segundo semestre de 2022, em relação ao primeiro. O aumento é ainda superior ao observado na média mundial, que foi de 13% no período.

Já contra Gleisi Hoffmann, o ataque foi em seu site oficial, em abril de 2020. Os autores da invasão postaram na página da política um gif de Bolsonaro junto com um texto em que pedira para a parlamentar se mudar para Cuba. Na época, ao comentar o caso, ela atribuiu o ato a bolsonaristas "inconformados com críticas que tenho feito ao presidente deles". Ela ainda garantiu que iria "denunciar" os grupo.

"Lamento, mas não tenho medo e investidas criminosas não me intimidam" escreveu em seu perfil no Facebook.

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, sofreu uma série de ataques em seu perfil no Twitter no começo deste ano. Em um deles, a conta apareceu sem nome e sem foto, além de contar com a localização do Líbano. Dias antes, a imagem da conta já tinha sido trocada por uma mulher loira vestido uma blusa em referência a Argentina, e o perfil foi colocado como privado.

Perfil de Eduardo Leite hackeado — Foto: Reprodução

O político chegou comentar os ataques, à época:

"Retomei a conta do Twitter, que aparentemente tinha sido 'sequestrada' com a tentativa de nos forçar a comprar um domínio de internet antigo que já tive, tinha expirado e que estava registrado antes junto a essa conta. Voltamos a 'tuitar' normalmente aqui", postou.

STF

O site do Supremo Tribunal Federal (STF) também é alvo constante de ataque por parte de grupos de criminoso que atuam virtualmente. Em junho de 2021, a Polícia Federal prendeu três homens suspeitos de integrarem uma organização criminosa que promovia ataques cibernéticos contra o órgão. Foram cumpridos mandados de busca e três de prisão em Goiás, São Paulo, e Pernambuco.

Em 2020, no que então foi considerado o maior ataque hacker da história no país, "cybercriminosos" invadiram e roubaram informações dos sites do Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com um investigador, o hacker teve acesso ao backup da base de dados do tribunal e bloqueou os dados, implantando uma criptografia no material. 

Isso impedindo que o STJ acessasse seus próprios arquivos por alguns dias, paralisando algumas atividades. O presidente do STJ, Humberto Martins, precisou baixar uma resolução suspendendo as atividades e solicitar a abertura de investigação da PF sobre o assunto. O tribunal passou a funcionar em regime de plantão, nos moldes do recesso, analisando apenas processos urgentes, como habeas corpus e mandados de segurança.

Ataque Janja

O perfil da primeira-dama no X, antigo Twitter, foi invadido na noite desta segunda-feira e tomado por xingamentos. O ataque hacker foi anunciado às 21h37. A Polícia Federal já atua no caso, abriu uma investigação preliminar e informou que vai abrir um inquérito nesta terça-feira. A plataforma também foi acionada. Cerca de uma hora depois, as mensagens com ataques e ofensas foram apagadas.


Fonte: O GLOBO