Adolescente disse à PF que conheceu o outro suspeito e se declarou ‘fã’ de suas canções misóginas e racistas

A investigação da Polícia Federal sobre a invasão da conta de Janja da Silva no X (ex-Twitter) aponta que o adolescente que assumiu o ataque hacker agiu em parceria com um homem de 25 anos. Esse homem foi alvo de busca e apreensão em Ribeirão das Neves (MG) na terça-feira e, nesta sexta-feira, o menor de idade foi alvo de outro mandado cumprido pela PF, desta vez em Sobradinho (DF).

Em depoimento, o adolescente admitiu conhecer o homem apontado como seu parceiro, mas nega que ele tenha envolvimento com ataque hacker. Os investigadores têm indícios de que ambos atuaram em conjunto.

À PF, o menor de idade disse que eles se conheceram pelo Facebook e que é fã das músicas do amigo. O adolescente afirmou que chegou a criar páginas no Instagram e TikTok relacionadas à banda do homem e também fez doações de até R$ 10 para ele.

O homem de 25 anos tratado pela PF como um dos autores do ataque hacker é dono de perfis em redes sociais como YouTube, Deezer e Facebook onde produz músicas com discurso de ódio, misóginas e racistas. Ele mesmo relatou aos investigadores que parte de suas canções já foi excluída por plataformas, por infringir suas regras.

A PF aponta que os dois jovens são qualificados como “incel” — a junção das palavras “involuntary celibates" — que descreve aqueles que são "celibatários involuntários”. O termo faz referência a membros de um grupo visual que se definem como incapazes de encontrar um parceiro romântico ou sexual, apesar de desejarem ter, um estado que descrevem como inceldom.

Os investigadores apontam que os "incels" integram um grupo radical que dissemina discurso de ódio e uma visão de mundo de supremacistas masculinos.


Fonte: O GLOBO