País já havia se comprometido com repasse de cerca de R$ 500 milhões; governos assinam memorando de cooperação para a descarbonização da economia
O governo britânico anunciou, em meio à COP28, em Dubai, um aporte adicional de £ 35 milhões (cerca de R$ 215 milhões) ao Fundo Amazônia, destinado ao financiamento de ações de proteção da floresta. No começo do ano, Londres havia sinalizado um investimento de £ 80 milhões (cerca de R$ 500 milhões). Ainda na conferência, os dois governos firmaram um memorando de cooperação para a descarbonização do setor industrial brasileiro.
O anúncio do aporte adicional foi feito após reunião entre a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e a secretária de Segurança Energética e Emissões Zero do Reino Unido, Claire Coutinho.
"Estou entusiasmada não apenas por podermos formalizar essa contribuição, mas também anunciarmos mais £35 milhões para o Fundo, para reconhecer e ajudar a apoiar a visão do Brasil para as florestas e as pessoas que a protegem”, disse Coutinho, citada em um comunicado do governo britânico. Além da verba adicional, foi assinado o contrato com o BNDES que permite o repasse dos £80 milhões (cerca de R$ 500 milhões) acertados no começo do ano durante viagem do presidente Lula ao Reino Unido para a coroação do Rei Charles III.
Considerada uma iniciativa crucial para financiar ações de defesa da floresta, o Fundo Amazônia foi retomado em janeiro, depois de ficar paralisado durante o governo de Jair Bolsonaro, em meio a denúncias de irregularidades no emprego das verbas. Desde a criação da iniciativa, em 2008, no segundo mandato de Lula, o fundo recebeu R$ 3,503 bilhões em doações, especialmente da Noruega, responsável por quase 95% do total, e da Alemanha. Além do Reino Unido, os EUA anunciaram, em abril, a intenção de destinar US$ 500 milhões (R$ 2,46 bilhões) nos próximos cinco anos.
Tambem no sábado, os governos brasileiro e britânico firmaram um acordo de cooperação para inciativas de descarbonização da indústria do Brasil. Segundo o MInistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), que firmou o termo, ele tem como objetivo aumentar a capacidade do país de "identificar, alinhar e combinar fontes de ajuda internacional com projetos de apoio" para descarbonizar o setor industrial. Será criada ainda um centro para garantir que iniciativas voltadas à redução de emissões encontrem as fontes de financiamento, garantindo que os planos saiam do papel.
"Dentro do compromisso do governo brasileiro de alcançar as metas do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, firmamos o memorando de entendimento, que apoiará o desenvolvimento dos caminhos para a descarbonização em indústrias pesadas, com a do aço, cimento e concreto", declarou em nota o ministro do Desenvolvimento, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que foi representado em Dubai pelo secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg.
Para Claire Coutinho, o memorando é mais um marco das relações entre Reino Unido e Brasil na questão climática.
"Espero que nosso acordo de coperação siga dando resultados e crescendo, com base no respeito, no diálogo, no equilíbrio e nos interesses comuns, ao mesmo tempo em que ele proporciona benefícios aos nossos povs e nos faz avançar em direção à economia do futuro", afirmou a secretária britânica, citada em comunicado do governo do Brasil.
Fonte: O GLOBO
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