Ministro fala da sequência de eventos que deixa clara a tentativa de golpe contra a democracia
A impressionante revelação do ministro Alexandre de Moraes na entrevista a Mariana Muniz e Thiago Bronzatto, publicada hoje no GLOBO, mostra o perigo corrido pelo Brasil e até que ponto os extremistas poderiam ir se não houvesse uma reação forte das instituições brasileiras em 8 de janeiro.
Segundo Moraes, um dos planos era prendê-lo e levá-lo para Goiânia e desaparecer com o corpo no meio do caminho. Os mais exaltados planejavam enforcá-lo na Praça dos Três Poderes. Ao longo da entrevista, Moraes desvenda a sequência de eventos, mostrando porque se diz que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe.
O que eles queriam? Eles queriam provocar um efeito dominó, no qual houvesse atos semelhantes em outros estados. Assim ele justifica o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que avalia ter evitado que outros governadores da mesma tendência política se sentissem estimulados a ter o mesmo comportamento.
Há alguns pontos para entender os eventos na entrevista de Moraes. Um deles foi a inação da Polícia Militar do Distrito Federal naquele dia 8 de janeiro. Na sua avaliação, a Polícia Militar poderia ter contido os manifestantes e não conteve.
Outro foco da conspiração foram os acampamentos na frente dos quartéis que serviram para a disseminação dessas ideias. Foram nos acampamentos que se espalharam a ordem para que se viesse para Brasília. Os financiadores e os que estimularam esse movimento, alguns já interrogados e presos, davam a ordem para Brasília tentar reverter o resultado legítimo das urnas. Os acampamentos nos quartéis fomentaram a tentativa de golpe.
Há alguns pontos para entender os eventos na entrevista de Moraes. Um deles foi a inação da Polícia Militar do Distrito Federal naquele dia 8 de janeiro. Na sua avaliação, a Polícia Militar poderia ter contido os manifestantes e não conteve.
Outro foco da conspiração foram os acampamentos na frente dos quartéis que serviram para a disseminação dessas ideias. Foram nos acampamentos que se espalharam a ordem para que se viesse para Brasília. Os financiadores e os que estimularam esse movimento, alguns já interrogados e presos, davam a ordem para Brasília tentar reverter o resultado legítimo das urnas. Os acampamentos nos quartéis fomentaram a tentativa de golpe.
Plenário do Supremo destruído por golpistas em 8 de janeiro — Foto: Rosinei Coutinho/STF
Há uma responsabilidade que cabe às plataformas, segundo Moraes. Elas foram lenientes com tudo o que aconteceu, e permitiram a proliferação dos discursos de ódio e antidemocrático, o que possibilitou a organização da tal “Festa da Selma”, como era chamado o ato golpista.
Moraes foi mais lacônico em relação à responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro, que fez uma série de ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral. O ministro disse que todas as pessoas sobre as quais a Polícia Federal encontrar indícios serão investigadas desde os executores até eventuais políticos. Mas isso a investigação é que vai demonstrar.
Ao ser perguntado sobre lição que fica dos atos golpistas, o ministro deu uma resposta muito boa que eu até vou repetir aqui:
"A primeira é impedir a continuidade dessa terra sem lei das redes sociais. Sem elas, dificilmente (os atos golpistas) teriam ocorrido de forma tão massiva. Na parte criminal eleitoral, todos os políticos, quando houver comprovação de participação, devem ser alijados da vida política, além da responsabilidade penal. Quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país."
A sua frase final é muito forte, ameaçando os políticos que de uma forma ou de outra participaram desses terríveis eventos que serão lembrados daqui a quatro dias, bum evento que não é ato político, mas um ato institucional, já que estarão as instituições representadas.
Fonte: O GLOBO
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