Tanto a aeronave desaparecida no litoral de São Paulo, como a que caiu em uma fazenda no Maranhão eram do modelo Robinson 44, conhecido como R-44; já o helicóptero que caiu em Capitólio, Minas Gerais, era do modelo Eurocopter EC-120B Colibri
Nos últimos três dias, três acidentes de helicóptero dominaram as manchetes no Brasil. No dia 31, desapareceu uma aeronave que decolou do Aeroporto Campo de Marte, na capital paulista, com um grupo que viajava para passar o Réveillon em Ilhabela. Já no dia 2 de janeiro, um helicóptero com quatro pessoas caiu no Lago de Furnas, em Capitólio, Minas Gerais, e outro caiu em uma fazenda entre as cidades de Santa Luzia e Buriticupu, a cerca a 294 km de São Luís, Maranhão.
A Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros (ABRAPHE), única entidade que representa os pilotos de helicópteros no Brasil, afirmou que acompanha e colabora com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
“Lamentamos profundamente e seguimos solidários às vítimas e seus familiares, bem como prestando o apoio necessário. Destacamos o fator atípico de três ocorrências em curto prazo de tempo, ressaltando a segurança das operações com helicópteros no Brasil, que na média dos últimos 05 anos têm registrado queda no número de acidentes”, afirmou a associação.
Conheça os modelos envolvidos nos incidentes:
Robinson 44 (R-44)
Robinson 44 — Foto: Reprodução
Tanto a aeronave desaparecida no litoral de São Paulo, como a que caiu em uma fazenda no Maranhão eram do modelo Robinson 44, conhecido como R-44. O modelo custa cerca de R$ 3 milhões em sua versão inicial, e é fabricado pela norte-americana Robinson Helicopter.
O helicóptero monomotor a pistão de pequeno porte foi projetado para transporte executivo, de passeio e de turismo, coberturas jornalísticas e operações agrícolas, como no caso do acidente no Maranhão. A aeronave tem capacidade para transportar um piloto e três passageiros.
Segundo o Cenipa, 65 acidentes já foram registrados com o modelo no Brasil, sendo 29 mortes relacionadas aos acidentes e 11 aeronaves completamente destruídas. 70% das ocorrências foram por fatores operacionais, 27% devido a fatores humanos e 3% por outros motivos.
Ainda de acordo com o órgão investigador, 21 acidentes aconteceram por perda de controle em voo, 12 por colisão com obstáculos durante pouso e decolagem e oito por falha de motor em voo.
No campo, o Robinson 44 se tornou um aliado das lavouras no combate às pragas. O modelo foi o primeiro a ser homologado pela Anac para fazer a pulverização de produtos agrícolas no país. Esta versão tem um kit acoplado na parte inferior para fazer a pulverização em áreas precisas ou de díficil acesso.
Robinson 44 adaptado para atividade agrícola — Foto: Divulgação/Goal Aircraft
A operação com o helicóptero é feita com a ajuda de um caminhão equipado com um tanque de combustível com capacidade para 500 litros, tanque com capacidade para 2,5 mil litros de água — para misturar os produtos químicos —, recipiente para fazer a mistura do produto e mangueira para transferi-lo para a aeronave. O caminhão ainda é equipado com uma pequena estação meteorológica, que indica em tempo real a velocidade do vento, a temperatura e a umidade do ar.
Eurocopter EC-120B Colibri
Já o helicóptero que caiu em Capitólio, Minas Gerais, era do modelo Eurocopter EC-120B Colibri. A aeronave monomotor leve tem capacidade para quatro passageiros além do piloto. O modelo incorpora diversas tecnologias presentes também em outros modelos da Eurocopter, como o rotor principal Speriflex de 3 pás e o rotor de cauda anti-torque.
A aeronave possui uma cabine ampla e ergonômica com altos níveis de visibilidade externa, adequada para turismo, transporte offshore, treinamento, evacuação de vítimas e transporte corporativo. De acordo com a Airbus Helicopters, o EC120B integra um alto nível de tecnologia avançada para tornar a aeronave mais fácil e segura de pilotar, além de reduzir custos.
Eurocopter EC-120B Colibri — Foto: Divulgação/Goal Aircraft/Aerospace Technology
A Airbus Helicopter promoveu o modelo em capacidade de treinamento devido a recursos como resposta de controle positivo, sistemas de computação de desempenho, instrumentação moderna para facilitar o uso, tamanho compacto geral e um alto nível de visibilidade da cabine.
Vários equipamentos opcionais podem ser instalados no EC120 B, incluindo um sistema de proteção contra quedas de arame, ar condicionado, filtro de areia, esquis, limpadores de para-brisa, espelhos elétricos externos, uma cinta de carga, equipamento de flutuação de emergência, infravermelho voltado para a frente (FLIR ) câmeras e holofotes externos.
No Brasil, o modelo também é utilizado pela Polícia Rodoviária Federal para patrulhamento e operações nas estradas. O EC 120 B apresenta ainda um baixo custo operacional.
Fonte: O GLOBO
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