Vincenzo Pasquino foi condenado a 14 anos e meio pela Justiça de Turim; Moraes determinou notificação para entrega do detento ao país natal
O Supremo deu o sinal verde para a entrega do detento à Itália em dezembro de 2022, mas o procedimento ficou suspenso à espera da análise de um pedido de refúgio de Pasquino. Com a recusa do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Moraes deu andamento à extradição.
Ao comentar a detenção de Pasquino, a então ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, elogiou o trabalho dos investigadores e ressaltou a captura de quem chamou de "figura de destaque no tráfico internacional de drogas e incluído na lista dos fugitivos mais perigosos" da pasta.
Em setembro passado, o mafioso foi condenado, na segunda instância de Turim, a 14 anos e meio de prisão por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. No entanto, Pasquino era procurado desde 2019, quando a Justiça de sua terra natal expediu mandado de prisão contra ele.
"Vincenzo Pasquino é um traficante internacional. Alvo de um procedimento penal da direção setorial antimáfia de Torino, porque pertence ao clã da ‘Ndrangheta chefiado por Nicola e Patrick Assisi", explicou o procurador italiano Giovanni Bombardieri.
De acordo com o jornal La Stampa, Pasquino foi acusado de promover uma associação internacional que "importava toneladas de cocaína" do Brasil para a Itália.
Nicola e Patrick Assisi, pai e filho, foram presos num apartamento de luxo em Praia Grande, na Baixada Santista, em julho de 2019. Na cobertura, foi encontrado um passaporte em nome de Vicenzo Pasquino. Depois da captura dos dois, Pasquino tomou o lugar deles e passou a negociar em nome das principais famílias mafiosas o transporte de carregamentos de drogas com destino ao Piemonte e à Calábria, segundo documentos citados pelo diário local.
Ao longo do trabalho que desencadeou a Operação Eureka, deflagrada em maio passado em oito países da Europa, os investigadores descobriram a existência de ao menos três associações criminosas, segundo a agência Ansa. Uma delas era a família Nirta "Versu", de San Luca, que conta com um braço de atuação no Brasil e era representada por Pasquino.
A análise dos vínculos entre as famílias mafiosas levou a descobertas sobre a fuga de Pasquino e de Morabito, de quem era parceiro. Morabito, chamado de "rei da cocaína", negociou a entrega de armas de guerra com uma facção paulista como forma de pagamento por carregamentos de cocaína enviados à Europa por meio de portos no Brasil, informou a Europol, durante a Operação Eureka.
Morabito chegou a ser preso em 2017 no Uruguai, mas fugiu da cadeia. Ele foi preso novamente no Brasil e extraditado para a Itália em julho de 2022. O "rei da cocaína", o parceiro Pasquino e os Assisi teriam ligação com narcotraficante brasileiro André Oliveira Macedo, o André do Rap, ligado à facção paulista e foragido da Justiça brasileira há mais de três anos.
Fonte: O GLOBO
0 Comentários