Segundo a Polícia Federal, para conseguir passar pelo pequeno buraco onde ficava a luminária, de cerca de 17 centímetros, a dupla precisou perder peso e adquirir muita resistência física
As buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, chegaram a 20 dias nesta segunda-feira. Percorrendo quilômetros dentro de áreas de mata, as investigações apontam que Rogério da Silva Mendonça, o Querubin, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, fizeram uma rigorosa preparação física dentro das celas antes da fuga.
Segundo a Polícia Federal, para conseguir passar pelo pequeno buraco onde ficava a luminária, de cerca de 17 centímetros, a dupla precisou perder peso. Dentro da cela, eles ainda mantinham uma rotina para adquirir muita resistência física para permanecer dias na mata tentando escapar da maior operação já vista para recuperar fugitivos.
O sítio e a fazenda onde eles foram vistos pela última vez ficam a mais de 6 quilômetros de distância um do outro. Além disso, são 22 km entre a área atual das buscas e o presídio.
Fugitivos de presídio federal são vistos por moradores na região Mossoró
Dupla invadiu galpão
Vinculados ao Comando Vermelho, Rogério da Silva Mendonça, o Querubin, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, escaparam do presídio em Mossoró no dia 14 de fevereiro. Na madrugada deste domingo, a dupla invadiu um galpão e agrediu o dono da propriedade que fica em uma comunidade rural de Baraúna (RN), na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará.
Informados sobre o ocorrido, os agentes das forças policiais concentraram as buscas em Baraúna e fizeram um cerco no sítio. Segundo os investigadores, eles renderam o proprietário com uma chave de braço no pescoço e diziam estar atrás de celulares, armas e alimentos. Depois, eles saíram correndo do local.
Uma força-tarefa com mais de 600 integrantes da Polícia Federal, Polícia Penal Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Rio Grande do Norte e Força Nacional foi constituída para caçar os dois fugitivos. A operação conta com o auxílio de cães farejadores, helicópteros e drones.
A evasão de Nascimento e Mendonça foi a primeira fuga registrada no sistema penitenciário administrado pelo governo federal, o que deflagrou a primeira crise de segurança pública na gestão do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski.
Esta não é a primeira vez que os fugitivos são vistos na área rural de Baraúna. Moradores da região já haviam flagrado a dupla comendo frutas dentro de outra propriedade. Assustados, eles teriam pulado uma cerca e fugido na direção da mata fechada. Com 28 mil habitantes, o município é conhecido pela produção de melancia, melão e mamão.
Alimentado por mecânico em fazenda
Na semana passada, a Polícia Federal identificou um local onde a dupla teria ficado escondida por oito dias. O proprietário do sítio Ronaildo da Silva Fernandes foi preso acusado de dar abrigo e alimentos aos criminosos. Ele alegou, no entanto, que foi ameaçado pela dupla e prestou auxílio sob coação.
Além de Fernandes, a Polícia Federal prendeu outras cinco pessoas acusadas de ajudar Nascimento e Mendonça na fuga fora da penitenciária. Segundo as investigações, eles teriam procurado ajuda do crime organizado para conseguir dinheiro, armas e veículos. O ministério da Justiça, no entanto, ainda trabalha com a hipótese de que eles estejam escondidos num raio de até 50 quilômetros do presídio federal.
Fonte: O GLOBO
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