Cão da raça golden retriever deveria ser levado pela Gollog para Sinop (MT), mas foi enviado por engano a Fortaleza (CE)
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso será investigado pela Delegacia do Meio Ambiente em Guarulhos. A mãe do tutor de Joca prestou depoimento na tarde desta terça-feira. O corpo do animal foi encaminhado a um hospital veterinário, onde foi submetido a exames de necropsia. Os laudos, assim que finalizados, serão analisados pelos investigadores.
Joca era um golden retriever saudável de cinco anos. Em entrevista à TV Globo, o tutor do animal, João Fantazzini, contou que tinha atestado de um veterinário indicando que o cão suportaria uma viagem de duas horas e meia, como era esperado. João estava se mudando para o Mato Grosso e embarcou para Sinop com o intuito de chegar à cidade no mesmo horário que o cachorro. Ao desembarcar, porém, foi alertado de que o animal havia sido mandado para Fortaleza em decorrência de uma falha.
A João foi oferecido um voo de volta a São Paulo, para onde Joca retornaria. O golden retriever, segundo relato da família, ficou cerca de uma hora e meia aguardando sob o sol na pista do aeroporto de Fortaleza, impedido de sair da caixa onde viajou e sem comer ou beber.
De volta ao Aeroporto de Guarulhos, João disse que foi alertado por uma funcionária da Gol que Joca “não se sentiu bem no voo” e que um veterinário havia sido acionado.
— Ele saiu bem, ele voltou morto pra mim. Um descaso total lá dentro, porque ninguém falava nada (comigo). Eles vinham com lanchinho para mim, pra que que eu vou querer comer? Eles acham que eu preciso que alguém me dê um lanche para comer? O que eu espero é que eles paguem — disse o tutor à TV Globo.
João encontrou Joca sem vida, ainda dentro do canil onde deveria ter sido transportado para Sinop. O tutor dizia que o animal havia sido sua “melhor escolha”:
— Às vezes eu sinto que foi egoísmo meu, que eu poderia ter deixado ele aqui, mas sempre foi eu e ele, sempre. Quando eu saía do meu apartamento, ele ficava me esperando o dia inteiro na frente da porta. Ele era um filho para mim. Eu sempre falei que ele foi a minha melhor escolha e agora ele foi embora. O que mais me mata é que ele não deveria ter morrido daquele jeito que eu vi.
A Gol, em nota, afirmou que foi “surpreendida” pela morte de Joca, e que deu “prioridade total” para apurar a falha que resultou em seu envio equivocado para Fortaleza. A companhia também disse que está prestando “todo o suporte necessário” ao tutor do animal. Leia o texto na íntegra:
“"A GOL lamenta profundamente o ocorrido com o cão Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A Companhia informa que o cão Joca deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo 1480 do dia 22/04, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).
Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o Joca.
A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal.
A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação."
Fonte: O GLOBO
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