O dólar abriu em queda nesta sexta-feira, após decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. A moeda americana abriu em R$ 5,39, recuo de 0,78%. Com um “racha” polêmico na reunião anterior, em maio, havia dúvidas se seria possível haver um consenso desta vez.
Especialistas avaliam que a manutenção da taxa de juros neste patamar deve dar alívio à moeda americana, que acumula valorização de mais de 12% no ano, mas ressaltam que uma melhora permanente dependerá do cenário fiscal.
Ontem, antes da reunião do Copom, a tensão no mercado fez o dólar chegar a R$ 5,48. Mas a moeda acabou perdendo fôlego e fechou a R$ 5,44. Ainda assim, foi o maior patamar desde janeiro de 2023.
O dólar deu um salto nos últimos dias, refletindo a preocupação com a situação fiscal do país. A demora para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) baixar os juros também contribui para a força da moeda, pois acaba atraindo investidores para os EUA, que retiram recursos de países emergentes como o Brasil.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, considera relevante a indicação do BC de que a política monetária continuará restritiva, para estancar a crise de confiança.
— A decisão contribuiu para o mercado arrefecer um pouco o risco — disse Camila. — É importante para que o mercado recupere a confiança de que não haverá leniência com a inflação.
Fonte: O GLOBO
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