Com superioridade no meio campo, time de Rogério Ceni ditou o ritmo de maior parte do jogo, mas foi derrotado por um Flamengo letal
Entre as seis vitórias do Flamengo no Campeonato Brasileiro até o momento, talvez a de ontem, por 2 a 1 sobre o Bahia, no Maracanã, tenha sido a mais comemorada por jogadores, comissão técnica e torcedores. Mais até do que a goleada histórica sobre o Vasco.
Com uma série de desfalques por conta de lesões e da Copa América, e contra um adversário que dominou a maior parte do jogo, o rubro-negro conquistou três pontos na base da garra e da persistência. Chorado, o gol que deixou o time na liderança saiu nos acréscimos, assim como no empate de domingo passado, contra o Athletico. De cabeça, David Luiz aproveitou escanteio cobrado por Gerson e correu pelo gramado na comemoração, seguido por todos os companheiros.
— Sabemos que perdemos grandes jogadores, mas sabemos também da dedicação de todos no dia a dia. Acreditamos na força do grupo. Tivemos uma estratégia totalmente diferente, sem a bola e tentando ser letal, e conseguimos no fim da partida — disse David Luiz.
Esse foi, de fato, o cenário do jogo. Acostumado a controlar as rédeas das partidas no Maracanã, o Flamengo esteve desconfortável durante os primeiros 65 minutos de jogo. Por méritos do Bahia, que tem no meio-campo o setor mais forte da equipe, comandado por Everton Ribeiro, o rubro-negro teve postura bem mais defensiva do que a habitual e apostou nos contra-ataques em velocidade pelas pontas como principal estratégia.
Em certos momentos na primeira etapa, a ideia foi bem executada. O gol marcado por Gerson — em grande fase, o coringa foi o melhor jogador do Flamengo na partida —, por exemplo, nasceu após boa jogada de Luiz Araújo pela direita.
Mudanças de Tite
O cenário seguiu o mesmo após o rubro-negro abrir o placar. Com superioridade numérica no meio, o Bahia envolveu o Flamengo e teve algumas boas oportunidades até Everaldo marcar. Kanu achou ótimo passe entrelinhas para Jean Lucas, que viu bem o centroavante em ultrapassagem. O camisa 9 encobriu Rossi.
— Nós marcamos na altura da bola. Tiro de meta marca alta, conseguiu sair jogando e furar um primeiro bloqueio, compacta atrás da linha da bola pressão média, conseguiu furar o bloqueio transita retorna e marca baixo. Essa foi a ideia — detalhou Tite.
Até os 15 minutos do segundo tempo, a partida continuou com domínio do Bahia. Tite, então, colocou Allan e Gabigol nas vagas de Luiz Araújo e Lorran. As mudanças fizeram o time melhorar a marcação no meio, ganhar mais poder de fogo e dominar as ações ofensivas.
Mesmo assim, ainda que retrancado e apostando no contra-ataque, o Bahia valorizou demais os três pontos conquistados pelo Flamengo no minuto final. O tricolor esteve bem postado em quase todas as bolas e chegou a levar perigo com Ademir pela direita. Porém, valeu mais uma vez o espírito vencedor e de muita entrega do rubro-negro, que, com mais um gol no fim da partida, assim como contra o Athletico, voltou à liderança do Brasileirão com o gol marcado por David Luiz já no apagar das luzes no Maracanã.
Fonte: O GLOBO
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