Ala-armador foi alvo de críticas nas duas últimas temporadas, mas termina como nome-chave para a conquista dos Celtics

O jogo 5 das finais da NBA, que coroou o Boston Celtics como campeão após vitória por 106 a 88 sobre o Dallas Mavericks (4 a 1 na série), terminou também com a consagração de Jaylen Brown como MVP (melhor jogador) das finais. Um prêmio individual significativo para um atleta que passou temporadas sendo contestado e que virou, nestes playoffs, nome importantíssimo da equipe.

O ala-armador terminou com médias de 20,8 pontos, 5 assistências e 5,4 rebotes por jogo nos cinco da série. Foi peça-chave ofensivamente e defensivamente para o sistema de jogo de Joe Mazulla e aparecia nos momentos em que o time precisava de intensidade, energia e mais agressividade ofensiva em quadra.

As atuações ajudaram Brown a superar uma história recente de críticas que iam de pedidos de troca a insinuações sobre seu contrato. Nas últimas duas temporadas, foi um dos principais alvos após as quedas do Boston na final da NBA em 2022 (para o Golden State Warriors) e na final da Conferência Leste em 2023 (para o Miami Heat).

Jaylen Brown na final da NBA — Foto: Adam Glanzman/Getty Images/AFP

Em todo início de temporada, ventilava-se rumores de que os Celtics poderiam trocá-lo para liberar espaço salarial na equipe ou simplesmente para "resetar" uma dupla com Jayson Tatum que não estaria dando certo. Mas a franquia, capitaneada em suas operações de basquete por Brad Stevens, fez diferente: ofereceu uma renovação de contrato supermax para o jogador, hoje com 27 anos.

Draftado pelo Boston em 2016, Brown assinou, em julho do ano passado, um contrato de 304 milhões de dólares (1,6 bilhão de reais, na cotação atual) por cinco anos com a equipe. Na época, o maior da história da liga.

Ainda assim, não escapou das críticas. No mesmo ano, foi muito pressionado pela dificuldade em driblar com a mão esquerda, que viralizou nas redes. Mas a temporada mudou tudo. Brown terminou com 70 jogos disputados pelos Celtics e médias de 23 pontos, 3,6 assistências e 5,5. Na pós-temporada, foram 24,1 pontos, 3,1 assistências e 5,8 rebotes em 18 jogos. Além das finais, foi MVP das finais de Conferência Leste, surpreendendo quem apostava na sua dupla, Jayson Tatum.

Jayson Tatum com o troféu de MVP das finais — Foto: Adam Glanzman/Getty Images/AFP

— Tudo que eu achava que me segurava e as adversidades acabaram sendo as maiores bênçãos. Ir para o banco, as conversas sobre troca, ser vaiado. Tudo que os torcedores diziam, que eu era superestimado, que recebia dinheiro em excesso. Tudo isso me fez ser quem sou hoje, foi o que construiu minha ética de trabalho e conduziu meu comportamento — relembrou ele em entrevista à Fox Sports durante as finais.


Fonte: O GLOBO