A Voke, que faturou R$ 543 milhões no ano passado com foco na locação de equipamentos de TI para empresas, está fazendo uma ofensiva na venda de computadores usados. A companhia vai passar a vender seus laptops seminovos no site da Trocafone, líder em celulares usados e que, até agora, pouco explorava o filão dos notebooks.
— A gente vendia grande parte dos computadores usados para empresas de call center ou para pessoas físicas por meio de sites como Mercado Livre, Kabum, Amazon e na nossa própria plataforma. Mas a Trocafone tem o potencial para se tornar o principal canal, dado o seu volume e uma vez que seu cliente tem o mesmo perfil daquele que pode comprar um computador usado — afirma o co-CEO Rene Almeida, que, ao lado de João Lima, consolidou diversas empresas sob a marca Voke por meio de um “search fund” da gestora Spectra.
Aquisição
A revenda de usados se impõe ao modelo de negócios da Voke, já que ela tem hoje 550 mil notebooks, monitores e desktops alugados para empresas Brasil afora. Em algum momento, esses equipamentos serão devolvidos e terão que encontrar um destino.
Pensando nisso, em 2020, a Voke comprou a JR1, pequena firma de Guarulhos (SP) especializada em “refurbishing”, ou recondicionamento dos aparelhos, da formatação digital à limpeza física. O negócio faturava R$ 10 milhões ao ano e, em 2023, chegou a R$ 35 milhões. Mesmo assim, o braço ainda representa fatia pequena do balanço da companhia.
— Queremos ampliar esse peso. O modelo faz todo o sentido para clientes como pequenos negócios ou estudantes, já que um computador de Dell ou Apple usado custa metade do preço de um novo — conta o co-CEO, acrescentando que os computadores têm garantia de seis meses, nota fiscal e vida útil de pelo menos mais quatro anos.
‘Estratégico’
“Esse movimento estratégico de parceria faz parte de uma nova fase de amadurecimento da Trocafone em direção à aceleração do crescimento e à consolidação como referência de recondicionamento em novas frentes do mercado”, disse, em nota, Rafael Steinhauser, presidente do conselho da Trocafone.
Fundada em 2014, a Trocafone — que tem entre seus investidores o Mercado Livre e a Wayra, fundo da operadora Vivo — faturou R$ 416 milhões em 2023 e prevê chegar a R$ 500 milhões este ano.
Fonte: O GLOBO
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