Ex-presidente americano marcou presença ao final do primeiro dia da Convenção Nacional Republicana, em Wisconsin
— Lute! Lute! Lute — gritaram em coro os delegados republicanos na Convenção Republicana quando o ex-presidente entrou pela primeira vez no Fiserv Forum, sede da Convenção Nacional Republicana, no coração de Milwaukee.
A frase dita por Trump momentos após ser alvejado se transformou em grito de guerra do Partido e combustível da campanha até novembro. Uma chuva de verão despencou na cidade, mas os delegados saem felizes, ainda que encharcados, por terem visto Trump.
O curativo na orelha surpreendeu alguns militantes, mas a mensagem, para eles, foi a de quem “sobreviveu para lutar”.
— Não sei nem como conseguirei esperar até quinta (dia em que Trump fará seu discurso aceitando a indicação como candidato à Casa Branca, encerrando o evento). Foi emocionante — disse Laura Mink, 53 anos, que mora em uma cidade no subúrbio de Milwaukee.
Visivelmente emocionado, Trump acenou e sorriu para o público já no palco principal, que gritava: "Nós amamos Trump!"
A aparição acontece em um momento de vitória para o republicano após o grande susto de sábado, que mudou os rumos da campanha eleitoral. Além do clima energizado da Convenção, nesta segunda-feira foi anunciado o nome do seu vice, o senador JD Vance, de Ohio. Vance apareceu ao lado de Trump no palco do evento.
Trump também teve uma nova vitória na Justiça nesta segunda. A juíza Aileen Cannon rejeitou o processo criminal em que o republicano é acusado de manusear e retirar documentos confidenciais da Casa Branca após deixar a Presidência, bem como tentar impedir que as autoridades os recuperassem. Na decisão de 93 páginas, a magistrada disse que a indicação do promotor especial Jack Smith violava a Constituição, na esteira da decisão da Suprema Corte que garantiu imunidade parcial à presidentes para crimes cometidos durante o cargo.
Discurso à vista
Em sua primeira entrevista desde o ataque, no domingo, Trump prometeu um discurso "totalmente diferente" do que havia planejado. O magnata disse ter preparado "um discurso extremamente duro" sobre a "horrível administração de Biden", mas "jogou fora" a versão por uma que espera que possa "unir o país".
— Mas não sei se isso é possível. As pessoas estão muito divididas — afirmou.
Trump descreveu a situação como uma "experiência muito surreal", e disse que estaria morto se não tivesse inclinado a cabeça para a direita.
— Eu não deveria estar aqui, eu deveria estar morto. Por sorte ou por Deus, muitas pessoas estão dizendo que é por Deus que ainda estou aqui — disse, elogiando o Serviço Secreto que inutilizaram o atirador logo após os primeiros disparos. — Eles o mataram com um tiro bem no meio dos olhos. Eles fizeram um trabalho fantástico.
Fonte: O GLOBO
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