Levantamento revelou reativação e novos focos da atividades em Terras Indígenas Apurinã, Parque do Apurinã, Sete de Setembro e Parque Nacional dos Campos Amazônicos.
O garimpo está avançando rapidamente pelo Sul do Amazonas, ampliando o arco do desmatamento no bioma, aponta mapeamento do Greenpeace Brasil ao qual o blog teve acesso com exclusividade. Após as operações de combate a atividade nas Terras Indígenas Yanomami e de Munduruku, no ano passado, levantamento feito pela organização revelou novos focos de garimpeiros e rotas de migração para Terras Indígenas Apurinã, Parque do Apurinã, Sete de Setembro e o Parque Nacional dos Campos Amazônicos.
- O mapeamento mostrou a reativação de garimpos na região e abertura de novas áreas com uma grande velocidade nos últimos tempos. No Parque Nacional dos Campos Amazônicos, uma área ímpar na região, um enclave de savana, observamos um crescimento do desmatamento pelo garimpo de 123 hectares. A atuação nas terras Yanomami, que foi o grande foco em 2023, levou a movimento migratório, com um avanço muito rápido - chama atenção Jorge Dantas, coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil.
Do escritório do Greenpeace, em Manaus, Dantas diz que essa ofensiva dos garimpeiros precisa ser enfrentada pelo governo com mais do que com os essenciais esforços de fiscalização e presença de segurança policial:
- É preciso uma presença holística do Estado nesses territórios com políticas que promovam educação, emprego, renda da população local. Além disso, é preciso aumentar o controle na cadeia do ouro no Brasil. A expansão do garimpo ilegal deixar claro que essa fiscalização é frouxa. Trata-se de uma atividade poluente, concentradora de renda, que deixa todas as externalidade, prejuízos para as populações e para o Estado. Até aqui parece que continua sendo lucrativo agir na ilegalidade.
O coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil destaca que proteger essas regiões não é uma questão dos povos originários, mas de toda a sociedade:
- Acabamos de passar pelas enchentes no Rio Grande do Sul, temos a seca no Amazonas, preservar essa regiões não é uma questão dos indígenas, mas de termos alguma chance d esobrevivência da raça humana frentea enorme crise climática que a degradação do meio ambiente já nos impõe, no Brasil e no mundo. Vamos sediar a COP-30 em 2025 e ainda temos muito a fazer - ressalta Dantas.
Confira as regiões de avanço do garimpo ilegal identificadas pelo Greenpeace Brasil:
Terra Indígena Aripuanã
O Greenpeace Brasil identificou um aumento próximo a 460% do garimpo na Terra Indígena Aripuanã , localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. Em 2022, o sistema de alertas do DETER/ INPE já tinha detectado 23,46 que foram desmatados para a mineração, este mês, a atividade já ocupava uma área de 131 hectares.
Parque do Aripuanã
No Parque do Apurinã foi constatada a retomada e crescimento da exploração de garimpo de madeira. Regiões anteriormente desocupadas foram transformadas em áreas de exploração minerária, caracterizadas pela criação de piscinas de água e pela abertura de estradas destinadas a facilitar o acesso a esses locais. A área de garimpo já ocupa um total de 260 hectares e outros 10.300 hectares foram degradados pela exploração ilegal de madeira.
Segundo o levantamento, há indícios de que a rota utilizada para o transporte dos minérios provenientes das atividades de garimpo seja compartilhada com o escoamento da madeira retirada de dentro da terra indígena. Foram identificados seis ramais, os quais parecem conectar as áreas de extração tanto de minérios quanto de madeira aos cursos dos rios Roosevelt e Tenente Marques, para possibilitar o transporte desses recursos naturais para fora da região. Dantas explica que isso sugere a existência de uma inter-relação entre as atividades extrativistas na região.
Sete de Setembro
Na Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre os municípios de Cacoal e Espigão D'Oeste no estado de Rondônia. A área de garimpo ilegal passou era de 55 hectares, em 2022, permaneceu estável no passado, mas agora já ocupa uma área de 72,16 hectares.
Parque Nacional dos Campos Amazônicos
Localizado entre três os estados de Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, o Parque Nacional dos Campos Amazônicos (Parna) foi criado para proteger o maior enclave de savana (campos naturais) do bioma amazônico. A unidade de conservação vem sofrendo invasões que já resultaram em desmatamento ou degradação, incêndios, roubo de madeira, pastagens ilegais, agora um novo vetor de desmatamento foi registrado, o de garimpo. O departamento de pesquisa do Greenpeace Brasil monitora uma área desmatada de 123 hectares para garimpo dentro do Parna.
Fonte: O GLOBO
O garimpo está avançando rapidamente pelo Sul do Amazonas, ampliando o arco do desmatamento no bioma, aponta mapeamento do Greenpeace Brasil ao qual o blog teve acesso com exclusividade. Após as operações de combate a atividade nas Terras Indígenas Yanomami e de Munduruku, no ano passado, levantamento feito pela organização revelou novos focos de garimpeiros e rotas de migração para Terras Indígenas Apurinã, Parque do Apurinã, Sete de Setembro e o Parque Nacional dos Campos Amazônicos.
- O mapeamento mostrou a reativação de garimpos na região e abertura de novas áreas com uma grande velocidade nos últimos tempos. No Parque Nacional dos Campos Amazônicos, uma área ímpar na região, um enclave de savana, observamos um crescimento do desmatamento pelo garimpo de 123 hectares. A atuação nas terras Yanomami, que foi o grande foco em 2023, levou a movimento migratório, com um avanço muito rápido - chama atenção Jorge Dantas, coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil.
Do escritório do Greenpeace, em Manaus, Dantas diz que essa ofensiva dos garimpeiros precisa ser enfrentada pelo governo com mais do que com os essenciais esforços de fiscalização e presença de segurança policial:
- É preciso uma presença holística do Estado nesses territórios com políticas que promovam educação, emprego, renda da população local. Além disso, é preciso aumentar o controle na cadeia do ouro no Brasil. A expansão do garimpo ilegal deixar claro que essa fiscalização é frouxa. Trata-se de uma atividade poluente, concentradora de renda, que deixa todas as externalidade, prejuízos para as populações e para o Estado. Até aqui parece que continua sendo lucrativo agir na ilegalidade.
O coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil destaca que proteger essas regiões não é uma questão dos povos originários, mas de toda a sociedade:
- Acabamos de passar pelas enchentes no Rio Grande do Sul, temos a seca no Amazonas, preservar essa regiões não é uma questão dos indígenas, mas de termos alguma chance d esobrevivência da raça humana frentea enorme crise climática que a degradação do meio ambiente já nos impõe, no Brasil e no mundo. Vamos sediar a COP-30 em 2025 e ainda temos muito a fazer - ressalta Dantas.
Confira as regiões de avanço do garimpo ilegal identificadas pelo Greenpeace Brasil:
Terra Indígena Aripuanã
O Greenpeace Brasil identificou um aumento próximo a 460% do garimpo na Terra Indígena Aripuanã , localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. Em 2022, o sistema de alertas do DETER/ INPE já tinha detectado 23,46 que foram desmatados para a mineração, este mês, a atividade já ocupava uma área de 131 hectares.
Parque do Aripuanã
No Parque do Apurinã foi constatada a retomada e crescimento da exploração de garimpo de madeira. Regiões anteriormente desocupadas foram transformadas em áreas de exploração minerária, caracterizadas pela criação de piscinas de água e pela abertura de estradas destinadas a facilitar o acesso a esses locais. A área de garimpo já ocupa um total de 260 hectares e outros 10.300 hectares foram degradados pela exploração ilegal de madeira.
Segundo o levantamento, há indícios de que a rota utilizada para o transporte dos minérios provenientes das atividades de garimpo seja compartilhada com o escoamento da madeira retirada de dentro da terra indígena. Foram identificados seis ramais, os quais parecem conectar as áreas de extração tanto de minérios quanto de madeira aos cursos dos rios Roosevelt e Tenente Marques, para possibilitar o transporte desses recursos naturais para fora da região. Dantas explica que isso sugere a existência de uma inter-relação entre as atividades extrativistas na região.
Sete de Setembro
Na Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre os municípios de Cacoal e Espigão D'Oeste no estado de Rondônia. A área de garimpo ilegal passou era de 55 hectares, em 2022, permaneceu estável no passado, mas agora já ocupa uma área de 72,16 hectares.
Parque Nacional dos Campos Amazônicos
Localizado entre três os estados de Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, o Parque Nacional dos Campos Amazônicos (Parna) foi criado para proteger o maior enclave de savana (campos naturais) do bioma amazônico. A unidade de conservação vem sofrendo invasões que já resultaram em desmatamento ou degradação, incêndios, roubo de madeira, pastagens ilegais, agora um novo vetor de desmatamento foi registrado, o de garimpo. O departamento de pesquisa do Greenpeace Brasil monitora uma área desmatada de 123 hectares para garimpo dentro do Parna.
Fonte: O GLOBO
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