Na avaliação de economista, taxa pode começar a reduzir ritmo a partir de setembro
Os índices de inflação estão desacelerando em julho em relação ao mês anterior. E o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a inflação do aluguel, divulgado hoje pelo FGV Ibre, não foi diferente, variou 0,61% contra 0,81% apurado em julho. No entanto, a taxa em 12 meses continua em ata: subiu 3,82%, enquanto acumulava queda de 7,72% em 12 meses anteriores.
E é essa comparação que interessa ao Comitê de Política Monetária (Copom) que inicia nesta terça-feira a reunião em que definirá o juros básico da economia brasileira. E nesse cenário, diz o economista André Braz, coordenador do Índices de Preços do FGV Ibre, não há qualquer perspectiva de retorno do ciclo de cortes da Selic. A expectativa é de manutenção da taxa em 10,5%.
- Os preços estão numa tendência de aceleração menor, mas ainda assim não vencem o ritmo do ano passado. Quando se olha na margem, que é de um mês para o outro, a inflação está cada vez menor. Mas quando você olha em 12 meses, a inflação está subindo. E aí que está o problema, porque a inflação tem que ir para a meta, no caso do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) a previsão é que termine acima da meta, que é de 3%.
- Os preços estão numa tendência de aceleração menor, mas ainda assim não vencem o ritmo do ano passado. Quando se olha na margem, que é de um mês para o outro, a inflação está cada vez menor. Mas quando você olha em 12 meses, a inflação está subindo. E aí que está o problema, porque a inflação tem que ir para a meta, no caso do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) a previsão é que termine acima da meta, que é de 3%.
O que indica que a política monetária tem que continuar austera para favorecer no médio prazo uma convergência da inflação para a meta. Quando a taxa em 12 meses começar a desacelerar, subir menos mês a mês, a gente pode começar a comemorar que a gente está na trajetória mais segura e poderemos pensar em juros voltando a uma trajetória de queda. Enquanto o ritmo for de aceleração da taxa em 12 meses, isso é preocupante, o que mantém a expectativa de uma Selic em 10,5% até o final deste ano - explica Braz.
No Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, o mercado voltou a elevar as projeções de inflação para 2024 e 2025. No entanto, os analistas mantiveram inalteradas as estimativas para a Selic em 10,5% para este ano e em 9,5% para o ano que vem.
- Se a expectativa da inflação do ano que está subindo, isso significa que o Banco Central não está conseguindo ancorar bem as expectativas. E quando isso acontece, quer dizer que a credibilidade da política monetária está enfraquecida e ele precisa recuperar essa credibilidade sendo um pouco mais austero - reforça o economista.
Rafael Santos, professor de economia da FGV EPGE, concorda. Santos disse ao blog que apesar de juros brasileiro ser inegavelmente alto, a taxa de 10,5% não parece ser excessiva para que o Banco Central do Brasil cumpram a sua missão de manter a inflação na meta.
O relatório da equipe de Macro Research da Genial Investimentos avaliou como negativo o resultado do IGP-M. " Alimentos in natura escondem maior pressão em itens importantes, como serviços no consumo e na construção civil. A queda dos in natura é sazonal e impulsionada por possíveis normalizações do evento no Rio Grande do Sul, que foi responsável por altas significativas na categoria.
Lembrando que in natura e arroz já vinham de elevadas altas antes mesmo do impacto do Sul, devido ao intenso El Niño do começo do ano que ampliou as condições desfavoráveis sazonais no primeiro trimestre, dificultando separar o que está causando o quê", diz o texto dos analistas.
Braz pondera, no entanto, que há chance de ver quatro meses de desaceleração consecutiva do IGP-M em 12 meses a partir de setembro.
- Esse efeito base, que nos faz comparar com a inflação muito mais baixa no ano passado, não vai durar para sempre, porque ao longo do segundo semestre do ano passado, a inflação acelerou. Então essa condição de comparar com taxa muito baixa, ela vai enfraquecer ao longo do tempo.E isso vai permitir, então, que se veja qual é, de fato, a tendência da inflação.
Braz pondera, no entanto, que há chance de ver quatro meses de desaceleração consecutiva do IGP-M em 12 meses a partir de setembro.
- Esse efeito base, que nos faz comparar com a inflação muito mais baixa no ano passado, não vai durar para sempre, porque ao longo do segundo semestre do ano passado, a inflação acelerou. Então essa condição de comparar com taxa muito baixa, ela vai enfraquecer ao longo do tempo.E isso vai permitir, então, que se veja qual é, de fato, a tendência da inflação.
No último trimestre, outubro, novembro e dezembro, a variação do IGP-M foi a seguinte, foi de 0,5%, 0,59% e 0,74%, respectivamente. Em setembro já tinha sido 0,37%, então assim, o IGP-M só registrou taxa negativa até agosto, que foi menos 0,14%. Depois a taxa foi crescente.
Saímos em julho de 2023, com uma tava negativa de 0,72% para 0,6q% em julho deste ano. E provavelmente a taxa de agosto também vai ser uma taxa positiva, mas a partir de setembro há chances de vermos o início da desaceleração da taxa em 12 meses - ressalta o coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.
Em julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,68%, uma desaceleração em relação ao comportamento observado em junho, quando registrou alta de 0,89%.O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também recuou em relação a junho, foi 0,30% ante 0,46%.
Em julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,68%, uma desaceleração em relação ao comportamento observado em junho, quando registrou alta de 0,89%.O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também recuou em relação a junho, foi 0,30% ante 0,46%.
O mesmo com Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,69%, um valor inferior à taxa de 0,93% observada em junho. Em 12 meses, no entanto, todos os indicadores estão em aceleração.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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