Ataques na manhã desta sexta-feira afetam trens de alta velocidade na França horas antes da abertura dos Jogos

A poucas horas da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a suspeita de um ataque terrorista voltou a ser pauta na capital francesa. Isso porque na manhã desta sexta-feira os trens de alta velocidade da França (TGV) sofreram um "ataque massivo para paralisar a rede". Desde o início da preparação para a Olimpíada, o terrorismo sempre foi uma das grandes preocupações do governo francês.

A menos de dez dias da cerimônia de abertura dos Jogos, o Ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, comemorou em rede social a prisão de um suposto neonazista que ameaçava realizar um atentado: “Continuaremos nossa luta constante pela segurança do povo francês”. Darmanin já havia anunciado que, após cerca de 770 mil investigações administrativas, mais de 3.500 credenciados haviam sido barrados dos Jogos porque poderiam representar uma ameaça à segurança.

Casos assim vão se multiplicando às vésperas da Olimpíada. Terrorismo e ataques cibernéticos são ameaças reais. Cidade que já foi atingida por ataques mortais de extremistas islâmicos, Paris espera receber até 15 milhões de visitantes de 26 de julho a 11 de agosto.

Mais de 40 países forneceram reforços à polícia francesa. O procedimento é padrão para eventos como esse. O principal objetivo da operação envolvendo reforços estrangeiros será a “prevenção de proximidade”, permanecendo “o mais próximo possível dos locais e do público”.

Países europeus contribuíram com mais agentes para essa missão. A Espanha, vizinha da França, é o país que mais ajudou, com cerca de 360 agentes; o Reino Unido enviou 245, e a Alemanha, cerca de 161, de acordo com informações do Inside the Games. O Brasil contribuiu com 14 policiais federais e outros dois agentes exclusivos para o Time Brasil.

É possível notar estes agentes estrangeiros espalhados pelas ruas de Paris, identificados com as bandeiras de seus países. Mas também há tanques de camuflagem cinza-claro da polícia do Catar, cães e drones, especialmente na região onde acontecerá a cerimônia de abertura, nesta sexta-feira.

A festa começará com um desfile de barcos ao longo do Rio Sena, seguido por uma solenidade em um miniestádio temporário nos Jardins do Trocadero. Será a primeira vez que a Cerimônia de Abertura será realizada fora do principal estádio de atletismo dos Jogos, com até 500 mil pessoas assistindo pessoalmente nas arquibancadas, nas margens do rio e nos apartamentos com vista para o local.

A Cerimônia de Abertura, aliás, tem causado apreensão em policiais de alto escalão desde que foi anunciada em 2021, devido à dificuldade de proteger tantos espectadores em uma área urbana tão grande e densamente povoada.

Desde o dia 17, cerca de seis quilômetros desta região, bem perto das margens do rio Sena, foram isolados. O perímetro de segurança tem dois níveis. Qualquer pessoa que queira entrar na “zona de segurança máxima”, ao longo das duas margens do Sena, como moradores ou turistas com reservas de hotel na área, precisa de um passe de segurança no formato de QR code.

Além de unidades de coleta de inteligência com drones, equipes caninas e tropas equipadas com armas antidrone, a preparação para esta festa inclui ainda providências nas águas do rio. Barcos, mergulhadores de combate e detectores de sonar foram pensados para uma variedade sem precedentes de ameaças. As tropas possuem equipamentos de alta tecnologia, desde armas subaquáticas até “rifles de interferência” que bloqueiam sinais de aeronaves hostis não tripuladas.

Um portão de água foi instalado perto da estação ferroviária de Austerlitz, no leste de Paris, e redes de superfície foram preparadas para cair instantaneamente no fundo do Sena, dificultando potenciais ataques subaquáticos.


Fonte: O GLOBO