Carteira de crédito do banco subiu 2,5% e inadimplência recuou

Porto Velho, Rondônia - Num dia de nervosismo nas bolsas internacionais, o Bradesco divulgou que seu lucro no segundo trimestre do ano atingiu R$ 4,7 bilhões, acima das expectativas do mercado que indicavam lucro de R$ 4,3 bilhões. Analistas apontaram sinais positivos nos números do banco, que vem se reestruturando para retomar a rentabilidade.

No trimestre passado, o banco apresentou crescimento da carteira de crédito expandida, de 5%, e redução da inadimplência. O lucro do Bradesco representa uma alta de 12% na comparação trimestral e de 4,4% ano a ano. As ações do banco sobem 0,6% enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, recua mais de 1%.

No balanço do banco, os destaques de crescimento da carteira de crédito foram pequenas e médias empresas (com alta de 10,2%) e pessoas físicas com expansão de 5,7%. Analistas do banco Goldman Sachs afirmaram que os números apresentados pelo Bradesco devem ser bem recebidos pelo mercado.

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse que o resultado é um passo importante na busca de rentabilidade em linhas centrais para o negócio do banco. O Bradesco espera que sua carteira de crédito cresça entre 7% e 11% este ano, segundo as projeções divulgadas pelas instituição.

— Crescemos 1,8 milhão de clientes no período. Liberamos apenas pelos canais digitais R$ 34 bilhões em crédito no período — disse Noronha, lembrando que o total de crédito liberado no período foi de R$ 84 bilhões, com a carteira de crédito atingindo R$ 912 bilhões, alta de 2,5% na comparação trimestral e de 5% na comparação anual.

Ele afirmou que o plano de reestruturação do banco em busca de rentabilidade continua em curso, com estrutura de comando mais simplificada e alta nos investimentos em tecnologia. Em busca de redução de custos, o banco fechou 185 agências entre o final de 2023 e junho deste ano.

A inadimplência total, considerando atraso de mais de 90 dias, caiu de 4,8% para 4,3%. A receita de prestação de serviços totalizou R$ 9,3 bilhões, alta de 5,1% no trimestre e de 6,4% na comparação anual.

Nervosismo do mercado

Noronha disse que o nervosismo dos mercados nesta segunda, se explica pela expectativa de recessão nos EUA, mas disse que é "o que temos para agora". O banco não trabalha com cenário de alta de juros no Brasil, por enquanto, e afirmou que uma possível baixa de juros nos EUA pode beneficiar o Brasil.

— A economia americana continua crescendo forte. Por aqui, vemos um cenário de taxa de juros mais contante e não trabalhamos com alta da Selic. A possibilidade de queda de juros nos Estados Unidos pode ajudar o Brasil para que não suba juros — disse o presidente do Bradesco.

O banco estima um crescimento de 2,3% da economia brasileira este ano, um pouco abaixo do que o banco previa recentemente — de crescimento de cerca de 2,5%.

Mesmo assim, Noronha afirmou que o país vai continuar crescendo.

— Tenho uma visão otimista, com o pé no chão. Se tiver que fazer correção de rumo, fazemos. Estamos sempre olhando isso — afirmou.

No balanço do banco, os destaques de crescimento da carteira de crédito foram pequenas e médias empresas (com alta de 10,2%) e pessoas físicas com expansão de 5,7%.


Fonte: O GLOBO