Ex-diretor da Petrobras solicitou a extensão da decisão do ministro do Supremo que beneficiou Marcelo Odebrecht

A defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró protocolou um pedido para declarar a "nulidade absoluta" de "todos os atos praticados" contra ele no âmbito da Operação Lava Jato. O requerimento foi feito ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e protocolado nesta quinta-feira.

A petição requer a "extensão" da decisão dada por Toffoli, em maio, em benefício do empresário Marcelo Odebrecht. Na ocasião, o ministro do Supremo determinou a nulidade de todos as decisões tomadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra o executivo.

"A extensão dos efeitos das Decisões Monocráticas paradigmas proferidas por Vossa Excelência, para declarar a nulidade absoluta de todos os atos praticados em desfavor do ora Peticionário no âmbito dos procedimentos vinculados à denominada “Operação Lava-Jato” pelos integrantes da referida Operação e pelo ex-juiz federal Sérgio Moro no desempenho de sua atividade perante o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba", diz o texto assinado por João Pedro Barreto, Beno Brandão e Alessi Brandão.

No texto, a defesa de Cerveró alega que ele foi vítima de um "conluio" entre o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador da República, e o Ministério Público Federal do Paraná. Como prova, os advogados citaram o conteúdo dos diálogos privados entre os procuradores da Lava Jato no Telegram que foram acessados por um hacker e é objeto de investigação da Operação Spoofing, de 2019.

Segundo os defensores, as conversas mostram um "ciclo de arbitrariedades completo" e uma "dobradinha" entre o ex-magistrado e os acusadores. "Todos os investigados já estavam fadados a condenação, independentemente das provas que fossem produzidas. De uma forma ou de outra, o resultado estava pré-definido", escreveu a defesa.

Assim como Odebrecht, Cerveró fechou um acordo de delação premiada em que admitiu pagamentos de propina a políticos em troca da assinatura de acordos da Petrobras. Conforme a colaboração fechada com a Procuradoria-Geral da República, ele se comprometeu a devolver cerca de R$ 18 milhões à estatal. O ex-diretor chegou a ficar preso durante um ano entre 2015 e 2016


Fonte: O GLOBO