Cirurgiã plástica foi presa junto com secretária e suposta amante; outras três pessoas foram presas pelo crime e um está foragido

Porto Velho, RO - A trama que levou ao assassinato do advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Júnior envolveu desavenças familiares, relacionamento extraconjugal e um conturbado processo de separação com disputa pela divisão do patrimônio.

Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (13), a cúpula da Polícia Civil de Sergipe detalhou a investigação que apontou a médica Daniele Barreto, esposa de José Lael, como suspeita de ter sido a mentora intelectual do atentado que matou o advogado e deixou um dos filhos dele baleado. Outras quatro pessoas estão presas e um homem foragido.

Logo após o crime, a Polícia chegou a trabalhar com a hipótese de que a motivação tinha relação com o exercício profissional de José Lael, mas ao fazer a reprodução simulada da dinâmica dos fatos no dia em que o advogado foi morto, os investigadores descobriram que os problemas familiares formaram o pano de fundo do homicídio.

De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, até uma lanchonete para comprar açaí, a pedido da mulher. Ela teria informado a localização deles aos executores.

Segundo a polícia, o casal já tinha sinalizado várias vezes princípios de separação, mas que não se consolidava por questões financeiras, relacionadas ao grande patrimônio. Outro fator seria a desconfiança do advogado sobre um relacionamento extraconjugal da esposa com uma amiga dela. Inicialmente, a polícia investigou se o crime poderia ter relação com a clientela do advogado, que pertencia ao crime organizado, mas a suspeita foi descartada.

No dia 17 de outubro, noite anterior ao crime, o advogado teria criado uma emboscada no prédio onde a esposa tinha uma clínica.

"Ele tinha ciúmes da esposa com a amiga. Ao vê-la chegar no veículo utilizada por essa amiga, ele a surpreendeu e teve uma desavença entre eles", disse a delegada Juliana Alcoforado.

Segundo pessoas próximas à família, o casal estava junto há pelo menos 10 anos e teve um filho. Nas redes sociais do advogado, ele exibia fotos deles em viagens, além de mensagens românticas para a esposa. O perfil da médica, que possui 145 mil seguidores, está fechado.

Segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança mostram que a amiga da médica e a secretária estiveram algumas vezes no Bairro Santa Maria, em Aracaju, para encomendar o crime. Um morador do bairro e outro homem ligado a ele, que está foragido, teriam executado o assassinato.

Cerca de 1h30 antes do crime, a amiga e a secretária da médica são vistas conversando com os executores, e depois são deixadas no condomínio de uma delas.

Após sair de casa, os carro do advogado é seguido por uma motocicleta e por um carro, que teria sido alugado pela amiga dela. Ele e o filho foram baleados. O adolescente dirigiu o carro até um hospital particular, mas o pai já estava morto. Ele foi socorrido e, atualmente, passa bem.

Fonte: Painel Político